A História da Fazenda do Pocinho

A História da Fazenda do Pocinho

A Fazenda do Pocinho, localizada entre Vassouras e Barra do Piraí, era uma propriedade de destaque nas margens do Rio Paraíba. Sua construção foi iniciada em 1831, sob a orientação do Primeiro Barão do Rio Bonito, que adquiriu as terras e deu início à história desta fazenda, que marcaria seu lugar no cenário rural da região.

Em 1859, a gestão da Fazenda do Pocinho ficou sob o comando de Camilo José Pereira de Faro, filho do barão. Com a morte de Camilo em 1861, seu irmão Luiz Pereira Ferreira de Faro assumiu o controle da propriedade. A fazenda continuou a prosperar sob a administração familiar até sua venda para terceiros nos anos seguintes.

Em 1875, a fazenda foi comprada por Joaquim Gonçalves de Moraes (filho), mas logo foi hipotecada ao Banco do Brasil, que a tomou em 1890 devido a dificuldades financeiras. Posteriormente, o Comendador Domingos Farani adquiriu a fazenda em 1891, destacando-se como mais um proprietário notável na longa linha de donos que passou pela Fazenda do Pocinho.

Em 1897, o Barão de Guaraciaba, Francisco Paulo de Almeida, comprou a propriedade. Após sua morte em 1901, a fazenda foi herdada por Joaquim Pinto e Souza Neto, que manteve a tradição da fazenda viva por mais algumas décadas. Com a chegada do século 20, a fazenda já começava a ver os sinais de mudança em sua trajetória.

A fazenda foi herdada por Matilde e Adelina, filhas de Joaquim, após 1935. Um dos filhos de Matilde, Carlos de Almeida e Souza, conhecido como Tãozinho, gerenciou a fazenda por um tempo. Ele era casado com Miretta Baronto e Souza, e, juntos, mantiveram a fazenda funcionando até meados do século 20.

Em 1989, os descendentes de Carlos e Miretta venderam a Fazenda do Pocinho para um grupo empresarial, que tinha planos de transformá-la em um hotel-fazenda. No entanto, os planos nunca foram realizados, e a fazenda, que antes era um símbolo da agricultura cafeeira e prosperidade regional, acabou caindo em abandono.

No passado, a fazenda tinha uma imponente arquitetura, com edificações em formato de “U” e uma ampla área destinada à secagem de café. As construções incluíam a casa principal, senzala, engenho e moradias para os empregados. A fazenda era um centro dinâmico de produção e também abrigava uma escola para as crianças da vizinhança.

Com uma área extensa de cafezais, que chegou a abrigar quase 200 escravos, a Fazenda do Pocinho foi uma importante peça no cenário econômico da época. Entretanto, com o passar dos anos, sua relevância diminuiu, e hoje, quase nada resta do que foi outrora um próspero empreendimento agrícola. A história da fazenda reflete as mudanças socioeconômicas que marcaram a região.

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